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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Leonardo Boff está certo!

Para salvar a vida: as mulheres no poder

Leonardo Boff*

Adital - Há uma feliz singularidade na atual disputa presidencial no Brasil:
a presença de duas mulheres, Marina Silva e Dilma Rousseff. Elas são
diferentes, cada qual com seu estilo próprio, mas ambas com indiscutível
densidade ética e com uma compreensão da política como virtude a serviço do
bem comum e não como técnica de conquista e uso do poder, geralmente, em
benefício da própria vaidade ou de interesses elitistas que ainda predominam
na democracia que herdamos. Elas emergem num momento especial da história do
país, da humanidade e do planeta Terra. Se pensarmos radicalmente e
chegarmos à conclusão como chegaram notáveis cosmólogos e biólogos de que o
sujeito principal das ações não somos nós mesmos, num antropocentrismo
superficial, mas é a própria Terra, entendida como superorganismo vivo,
carregado de propósito, Gaia e Grande Mãe, então diríamos que é a própria
Terra que através destas duas mulheres nos está falando, conclamando e
advertindo. Elas são a própria Terra que clama, a Terra que sente e que
busca um novo equilíbrio.
Esse novo equilíbrio deverá passar pelas mulheres predominantemente e não
pelos homens. Estes, depois de séculos de arrogância, estão mais
interessados em garantir seus negócios do que salvar a vida e proteger o
planeta. Os encontros internacionais mostram-nos despreparados para lidar
com temas ligados à vida e à preservação da Casa Comum. Nesse momento
crucial de graves riscos, são invocados aqueles sujeitos históricos que
estão, pela própria natureza, melhor apetrechados a assumirem missões e
ações ligadas à preservação e ao cuidado da vida. São as mulheres e seus
aliados: aqueles homens que tiverem integrado em si as virtudes do feminino.
A evolução as fez profundamente ligadas aos processos geradores e cuidadores
da vida. Elas são as pastoras da vida e os anjos da guarda dos valores
derivados da dimensão da anima (do feminino na mulher e no homem) que são o
cuidado, a reverência, a capacidade de captar, nos mínimos sinais, mensagens
e sentidos, sensíveis aos valores espirituais como a doação, o amor
incondicional, a renúncia em favor do outro e a abertura ao Sagrado.
O feminismo mundial trouxe uma crítica fundamental ao patriarcalismo que nos
vem desde o neolítico. O patriarcado originou instituições que ainda moldam
as sociedades mundiais como: a razão instrumental-analítica que separa
natureza e ser humano e que levou à dominação sobre os processos da natureza
de forma tão devastadora que se manifesta hoje pelo aquecimento global;
criou o Estado e sua burocracia, mas organizado nos interesses dos homens;
projetou um estilo de educação que reproduz e legitima o poder patriarcal;
organizou exércitos e inaugurou a guerra. Afetou outras instâncias como as
religiões e igrejas cujos deuses ou atores são quase todos masculinos. O
"destino manifesto" do patriarcado é do dominium mundi (a dominação do
mundo), com a pretensão de fazer-nos "mestres e donos da natureza"
(Descartes).
Atualmente, os homens (varões) se fizeram vítimas do "complexo de deus" no
dizer de um eminente psicanalista alemão, K. Richter. Assumiram tarefas
divinas: dominar a natureza e os outros; organizar toda a vida; conquistar
os espaços exteriores e remodelar a humanidade. Tudo isso foi simplesmente
demais. Não deram conta. Sentem-se um "deus de araque" que sucumbe ao
próprio peso, especialmente porque projetou uma máquina de morte, capaz de
erradicá-lo da face da Terra.

É agora que se faz urgente a atuação salvadora da mulher. Damos razão ao que
escreveu anos atrás o Fundo das Nações Unidas para a População: "A raça
humana vem saqueando a Terra de forma insustentável e dar às mulheres maior
poder de decisão sobre o seu futuro pode salvar o planeta a destruição".
Observe-se: não se diz "maior poder de participação às mulheres", coisa que
os homens concedem, mas de forma subalterna. Aqui se afirma: "poder de
decisão sobre o futuro". Essa decisão, as mulheres devem assumir
incorporando nela os homens, pois caso contrário, arriscaremos nosso futuro.
Esse é o significado profundo, diria, providencial, das duas candidatas
mulheres à presidência do Brasil: Marina Silva e Dilma Rousseff.
[Leonardo Boff escreveu com Rose Marie Muraro Feminino e masculino.Uma nova
consciência para o encontro das diferenças (2002)].
* Teólogo, filósofo e escritor

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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Iniciando o Blog
















Para dar inicio ao meu Blog estou publicando algumas fotos.





Primeiramente, fotos de Castro, minha terra natal.





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